Mudanças entre as edições de "Framework de testes automatizados"

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(Classe ControleExecucaoBase)
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A execução de cenários pode produzir resultados que são utilizados pelos cenários seguintes. Tomemos como exemplo um bloco lógico que contenha os cenários de cadastro de processo e de consulta de processo. O objetivo é cadastrar um processo, distribuí-lo e verificar se ele é apresentado corretamente na consulta processual. Neste contexto não é possível informar no arquivo XML do cenário de consulta processual o número do processo, pois ele ainda não existe, visto que o processo ainda não foi distribuído. Para resolver este problema é necessário que o cenário de cadastro de processo produza um resultado que será utilizado posteriormente pela consulta de processo. Isso é possível por meio de classes que implementam a interface '''IResultadoCenario'''.
 
A execução de cenários pode produzir resultados que são utilizados pelos cenários seguintes. Tomemos como exemplo um bloco lógico que contenha os cenários de cadastro de processo e de consulta de processo. O objetivo é cadastrar um processo, distribuí-lo e verificar se ele é apresentado corretamente na consulta processual. Neste contexto não é possível informar no arquivo XML do cenário de consulta processual o número do processo, pois ele ainda não existe, visto que o processo ainda não foi distribuído. Para resolver este problema é necessário que o cenário de cadastro de processo produza um resultado que será utilizado posteriormente pela consulta de processo. Isso é possível por meio de classes que implementam a interface '''IResultadoCenario'''.
  
Esta interface define um comportamento que deve ser apresentado por classes que armazenam resultados de execução de cenários. A figura a seguir apresenta o diagrama de classes desta interface.
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Esta interface define um comportamento que deve ser apresentado por classes que armazenam resultados de execução de cenários. A figura a seguir apresenta esta interface.
  
 
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O objeto que se comporta desta maneira é semelhante a um mapa de valores, com um conjunto de pares valor e chave. O framework disponibiliza uma classe concreta que implementa esta interface, tal qual o trecho de código a seguir.
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O objeto que se comporta desta maneira é semelhante a um mapa de valores, com um conjunto de pares valor e chave. O ''framework'' disponibiliza uma classe concreta que implementa esta interface, tal qual o trecho de código a seguir.
  
 
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Edição das 17h34min de 4 de maio de 2015

Conteúdo

INTRODUÇÃO

O teste funcional automatizado consiste basicamente em executar um mesmo algoritmo com diferentes massas de dados com objetivo de atestar o funcionamento de funções de acordo com a especificação de requisitos. Para cenários diferentes são usados dados diferentes com resultados esperados diferentes, e inserir estes dados e resultados diretamente no código do algoritmo implica em replicar (tantas vezes quantos cenários diferentes existirem) código para poder atender a diferentes situações.

O objetivo de se desenvolver um framework para automação dos testes é permitir que seja criada uma camada de dados independente da camada de algoritmos que executam a automação. Esta é a tradicional divisão de software em duas camadas. Esta divisão (algoritmo versus dados) é válida tanto para testes automatizados funcionais como para testes unitários.

Este conteúdo descreve a documentação técnica para manutenção do framework de testes automatizados a ser utilizado para testes unitários e testes funcionais. O documento está organizado em seções que descrevem separadamente as características de cada parte da arquitetura proposta.

VISÃO ARQUITETURAL POR SERVIÇO PRESTADO

A arquitetura do framework desenvolvido pode ser vista sob o ponto de vista da funcionalidade fornecida para os desenvolvedores, conforme ilustrado na figura abaixo.

Arquitetura funcional.png

Núcleo genérico

O núcleo genérico do framework tem a função de carregar os dados dos cenários (provenientes de arquivos XML), carregar os cenários e executá-los, independentemente se esta execução se trata de um teste funcional com Selenium ou de um teste unitário. Trata-se de um conjunto de classes, em sua maioria abstratas, que definem comportamentos esperados da funcionalidade de testes automatizados.

Núcleo Selenium

O núcleo Selenium é uma camada sobre o núcleo genérico, que usa os serviços deste (por herança e composição) para a execução de testes funcionais em páginas web. É um conjunto de classes em sua maioria também abstratas que, além de estender as classes do núcleo genérico, faz uso do Selenium WebDriver para acessar o navegador, preencher os campos de formulário e conferir os valores dos elementos HTML.

É importante observar que esta camada é independente do sistema web alvo do teste. Ou seja, qualquer sistema web baseado com páginas HTML pode ter seus testes funcionais automatizados com base no framework desenvolvido.

Testes do PJe

Nesta camada estão as classes que implementam de fato a automação dos casos de teste do Pje. Elas são desenvolvidas segundo o padrão Page Object e, na hierarquia do framework, estendem funcionalidades de FluentPage.

São um conjunto de classes responsáveis por armazenar os dados e definir o algoritmo concreto para execução. Cada caso de teste requer uma classe específica para armazenamento dos dados e outra para a execução do teste. A classe de armazenamento de dados é responsável por realizar a leitura do arquvo XML e armazenamento dos dados para execução.

VISÃO ARQUITETURAL POR CAMADAS

Sob outro ponto de vista o framework pode ser analisado de acordo com a divisão tradicional da arquitetura em camadas, com divisão de dados e lógica de negócio. A Figura a seguir exibe a arquitetura dividida em camadas.

Erro ao criar miniatura: Arquivo aparentemente inexistente: /var/www/html/wikipje/images/5/57/Visão_em_camadas.png

Arquivo xml cenários

Este arquivo é responsável por armazenar os dados para execução dos cenários. Para cada caso de teste é necessário criar um arquivo xml com os dados para sua execução. Em um arquivo podem ser definidos vários cenários para execução, com valores diferentes para cada um deles.

Arquivo xml indexador

Este arquivo funciona como um conjunto de links para os cenários que serão executados, cenários estes cujos dados de execução são definidos no arquivo xml descrito na seção anterior.

De acordo com a relação entre o arquivo indexador e o arquivo de cenários ilustrada na Figura acima, um arquivo indexador fornece links para vários arquivos de cenários. Tanto arquivos XML indexadores quanto arquivos de cenário devem ser criados dentro do diretório xml/ do framework.

Em geral deve haver poucos arquivos de indexação de cenários, pois cada um deles referencia inúmeros arquivos de cenários.

Classes de indexação de cenários

Classes de indexação são as classes chamadas pelo Junit como ponto de partida para a automação. No framework existe apenas uma classe, abstrata, chamada TesteBase, e que utiliza apenas a anotação @Test do Junit.

Para cada arquivo xml indexador descrito na seção anterior deve existir uma classe de indexação criada pelo desenvolvedor. Esta classe deve estender TesteBase, somente; nenhuma outra implementação é necessária.

O nome da classe também deve guardar relação com o nome do arquivo XML indexador. Por exemplo, se o nome do arquivo indexador for Cenarios1G.xml, o nome da classe deverá ser Cenarios1GTest. Ou seja, o nome da classe deve possuir o sufixo Test. No padrão de desenvolvimento do framework esta classe deve ser criada abaixo da estrutura src/test/java, conforme ilustrado pela figura abaixo.

Eclipse.png

Relação entre os nomes das classes e arquivos XML

  • Classe indexadora de cenários: o nome da classe indexadora é livre, contudo, deve terminar com o sufixo Test. Por exemplo, para criar uma classe indexadora de cenários de teste para processos de primeiro grau o nome da classe poderia ser Cenarios1GTest.
  • Arquivo XML indexador: o nome do arquivo XML indexador deve ser idêntico ao nome da classe indexadora de cenários, porém, sem o sufixo Test. No caso do exemplo acima, o nome do arquivo XML indexador de cenários de teste para processos de primeiro grau seria Cenarios1G.xml.
  • Classes de execução de cenários: o nome da classe de execução é livre. Por exemplo, para um caso de teste de cadastro de processo o nome da classe poderia ser CadastroProcesso.
  • Classes de dados de cenários: o nome da classe de dados de cenários deve ser idêntico ao nome da classe de execução de cenários, porém, acrescido do prefixo Dados. No exemplo acima, o nome da classe de dados de cenários para um caso de teste de cadastro de processo seria DadosCadastroProcesso.
  • Arquivo XML de cenários: o nome do arquivo XML de cenários deve ser idêntico ao nome da classe de execução de cenários. No exemplo acima, o nome do arquivo XML de cenários para um caso de teste de cadastro de processo seria CadastroProcesso.xml.

Relacionamento entre as classes das camadas

O framework desenvolvido é composto por um conjunto de classes abstratas com métodos abstratos cuja implementação deve ser realizadas pelas classes concretas de execução e de dados. As classes abstratas definem também métodos template concretos que, de acordo com a definição do padrão Template Method, têm em sua implementação a chamada de métodos hook abstratos que devem ser implementados pelas subclasses.

A figura abaixo apresenta um diagrama de sequência que ilustra a dinâmica de comunicação entre as classes do framework. Trata-se apenas de uma visão geral, e não da real implementação desta lógica.

Erro ao criar miniatura: Arquivo aparentemente inexistente: /var/www/html/wikipje/images/1/14/Sequencia_carga_cenários_-_resumido.png

A sequência descrita no diagrama é executada para cada uma das classes que herdam da superclasse TesteBase. A seguir é apresentada uma breve descrição dos passos ilustrados no diagrama:

* chamada 1: para cada subclasse de TesteBase o JUnit instancia um objeto daquela classe. Este objeto possui uma lista de cenários a serem executados que é descrita no arquivo XML indexador que tem o mesmo nome da classe, sem o sufixo Test.

* chamada 1.1: para cada objeto criado são instanciados (dinamicamente, por reflexão) tantos objetos quantos descritos no arquivo indexador. Estes objetos são instâncias de classes que implementam a interface ICenario. São objetos que irão executar a lógica do teste.

* cahamada 1.1.1: cada objeto criado na chamada 1.1 cria (dinamicamente, por reflexão) seu objeto de dados. Este objeto é uma instância de uma subclasse de DadosBase. A subclasse de dados tem o mesmo nome da subclasse de execução acrescido do prefixo Dados.

* chamada 1.1.2: cada objeto criado na chamada 1.1 invoca o método carregarDados() de seu objeto de dados. Este método é abstrato e deve ser implementado pelas subclasses, com objetivo de carregar os dados do arquivo XML do cenário.

* chamada 2: para cada objeto criado na chamada 1 o JUnit invoca o método executar(). Este método é o único da superclasse TesteBase que possui a anotação @Test, necessária para o JUnit identificar os métodos que devem ser invocados.

* chamada 2.1: para cada objeto de ICenario é invocado o método executar(), que efetivamente executa o cenário de teste com os dados carregados na chamada 1.1.2.

ESTRUTURA DO NÚCLEO GENÉRICO

O núcleo genérico é composto basicamente por classes responsáveis por carregar dados de arquivos XML e executar cenários de teste. Apesar de alguns dados serem carregados automaticamente pelo framework a partir dos arquivos XML, espera-se que dados complexos sejam carregados manualmente pelos desenvolvedores. Além disso, o framework também espera que os desenvolvedores implementem o método executar() das classes de execução. As classes pertencentes ao núcleo genérico são apresentadas nas seções seguintes. O diagrama de classes completo do núcleo genérico está disponível no ambiente de desenvolvimento do projeto, em um arquivo do Astah.

É importante observar que o framework é composto basicamente por abstrações de comportamentos esperados de classes que executam e armazenam dados para execução de cenários. É importante manter esta arquitetura de modo a evitar o acoplamento entre as classes do projeto, facilitando o reuso e a substituição destas classes caso necessário.

Classe TesteBase

É uma classe abstrata de cujas subclasses são instanciados objetos para execução do método marcado com a anotação @Test. Esta classe possui um método concreto executar(), que é o único da classe marcado com a anotação @Test.

No contexto do framework, executar() é um método projetado de acordo com o padrão Template Method. O trecho de código a seguir ilustra a implementação resumida deste método.

Executar.png

Os métodos preTeste() e posTeste() são abstratos e devem ser implementados pelas subclasses de TesteBase. No método preTeste() devem ser implementadas ações que se espera realizar antes de ser iniciada a execução dos cenários. Um exemplo de ação a ser implementada no preTeste() seria a execução de determinados scrips para preparação do banco de dados ou a execução de logon no sistema.

Já no método posTeste() devem ser implementadas ações que devem ser executadas após a execução dos cenários. Um exemplo de ação a ser implementada no posTeste() seria a execução de determinados scripts para limpeza do banco de dados ou a execução de logoff no sistema.

Por fim, o método concreto executarTeste() implementa a chamada do objeto (da classe ControleTesteBase) que de fato executa os cenários, com interação pela lista de cenários definidos no arquivo indexador de cenários.

Esta classe ainda possui um atributo da classe ControleTesteBase, responsável por realizar a carga do arquivo XML indexador. A seção seguinte apresenta a documentação desta classe.

Classe ControleTesteBase

É uma classe abstrata responsável por controlar a iteração entre os cenários que serão executados. Contudo, ela não executa diretamente os cenários. Em vez disso, esta classe mantém uma lista de blocos lógicos que contém cenários que devem ser executados em conjunto para completar um caso de teste. O conceito de bloco lógico é apresentado da seção seguinte. O trecho de código a seguir apresenta as principais características da classe ControleTesteBase.

ControleTesteBase.png

O método executarCenarios() é responsável por varrer a lista de blocos lógicos e, para cada um deles, invocar o método executar dos respectivos cenários de execução. Além de executar os cenários esta classe também faz a carga de fato dos cenários descritos no arquivo XML indexador.

A classe ControleTesteBase tem ainda um atributo da classe ControleBlocosLogicos, que controla os blocos lógicos de cenários. O conceito de bloco logico é apresentado na seção seguinte.

Classe BlocoLogico

Um bloco lógico é um conjunto de cenários de teste que devem ser executados atomicamente para que o caso de teste seja considerado bem sucedido. Se a execução de algum cenário do bloco lógico falhar o resultado do teste deste bloco lógico é considerado falho. Os blocos lógicos são definidos no arquivo XML indexador, conforme apresentado na seção específico sobre o arquivo indexador.

O próprio objeto de bloco lógico realiza a carga de seus cenários a partir do arquivo XML indexador, e também executa estes cenários de teste. O trecho de código seguinte apresenta as principais características da classe.

Blocologico.png

Além destas características a classe BlocoLogico mantém uma lista de cenários de execução, que são objetos de classes que implementam a interface ICenario. A função do método executarCenarios() é exatamente invocar o método executar() de cada um destes objetos.

Classe DadosBase

É uma classe abstrata que define uma lógica para carga de dados a partir de arquivos XML. Além de manipular os dados para execução esta classe é responsável por armazenar os resultados da execução do cenário bem como os resultados esperados da execução. Estes dois últimos conceitos são devidamente apresentados nas seções seguintes.

O método responsável por realizar esta carga de dados é o método inicializar(). O trecho de código a seguir ilustra a implementação resumida deste método.

Inicializar.png

O método concreto inicializar() implementa o padrão Template Method, definindo um esqueleto de algoritmo que deve ser implementado pelas subclasses.

O método concreto copiarDados() é responsável por copiar dados de outro cenário para execução. Este conceito é apresentado mais detalhadamente no capítulo de documentação dos arquivos XML. Contudo, em resumo, o framework permite que se defina um cenário (seus dados) e, em vez de se informar os dados na própria definição do cenário no arquivo XML, copia-se estes dados de outro cenário já definido, com objetivo de reutilizar estes dados.

Por sua vez, o método concreto carregarDadosAutomaticos() permite que o próprio framework preencha os atributos da classe de dados de acordo com os valores informados no arquivo XML. Isso é possível sempre que os nós de dados não tenham filhos. O trecho de código a seguir ilustra um exemplo de cenário definido num arquivo XML em que os dados são carregados automaticamente pelo framework.

CadastroAdvogado.png

Para que seja possível a carga automática dos dados a classe de dados que estende DadosBase deve possuir todos os atributos definidos no arquivo XML. Por exemplo, deve haver atributos para email, telefoneDDD, telefoneNumero e cadastrarPush, com seus métodos get e set. Todos os atributos definidos no arquivo XML devem estar implementados na classe de dados, entretanto, o contrário não é verdadeiro. Ou seja, Os atributos definidos na classe de dados não precisam ter seus valores definidos no arquivo XML. Isso porque alguns atributos podem ter seus valores setados com valores provenientes do resultado da execução de cenários anteriores. Este conceito é apresentado apropriadamente em seção específica.

Classe ControleExecucaoBase

Esta classe é responsável por encapsular o objeto de dados da classe DadosBase. Ela cria o objeto de dados e retorna uma referência para ele, além de controlar se o cenário foi executado com sucesso ou não.

Interface IResultadoCenario

A execução de cenários pode produzir resultados que são utilizados pelos cenários seguintes. Tomemos como exemplo um bloco lógico que contenha os cenários de cadastro de processo e de consulta de processo. O objetivo é cadastrar um processo, distribuí-lo e verificar se ele é apresentado corretamente na consulta processual. Neste contexto não é possível informar no arquivo XML do cenário de consulta processual o número do processo, pois ele ainda não existe, visto que o processo ainda não foi distribuído. Para resolver este problema é necessário que o cenário de cadastro de processo produza um resultado que será utilizado posteriormente pela consulta de processo. Isso é possível por meio de classes que implementam a interface IResultadoCenario.

Esta interface define um comportamento que deve ser apresentado por classes que armazenam resultados de execução de cenários. A figura a seguir apresenta esta interface.

Iresultadocenario.png

O objeto que se comporta desta maneira é semelhante a um mapa de valores, com um conjunto de pares valor e chave. O framework disponibiliza uma classe concreta que implementa esta interface, tal qual o trecho de código a seguir.

Resultadocenario.png

Apesar de o framework disponbilizar uma classe concreta simples para tratar os resultados, nada impede o desenvolvedor de criar uma nova classe estendendo ou decorando (padrão Decorator) a classe fornecida.

Resultados esperados e resultados encontrados

A execução de um cenário de teste envolve um conjunto de valores de entrada e um ou mais resultados esperados. Estes resultados podem ser uma mensagem na tela ou uma lista de objetos apresentados em uma página HTML na forma de tabela. Para tratar este último caso o framework possui o conceito de Resultados Esperados. Não se deve confundir este conceito com o conceito de Resultados, apresentado na seção anterior.

A consulta de processo, por exemplo, é um cenário que possui resultados esperados. Ao criar um cenário de teste para consulta processual, a partir de um conjunto de parâmetros de pesquisa é possível que sejam determinados quais processos devem retornar nesta consulta.

Neste contexto, as classes GerenciadorResultadosBase, ComparadorResultadosBase e ResultadoBase (as duas últimas apresentadas nas seções seguintes) implementam a lógica de carga e comparação de resultados esperados com resultados encontrados. Resultados encontrados são aqueles apresentados após a execução de cenário. Pode ser uma página HTML ou simplesmente uma lista de objetos retornados da execução de um método.

O diagrama ilustrado na figura a seguir mostra o relacionamento entre as classes GerenciadorResultadosBase e ComparadorResultadosBase.

Comparadorresultados.png

A responsabilidade da classe GerenciadorResultadosBase é basicamente carregar os resultados esperados antes da execução dos cenários e os resultados encontrados após a execução. Importante salientar, contudo, que os resultados esperados e os resultados encontrados são objetos de classes que estendem a classe ResultadoBase.

Os resultados esperados são carregados automaticamente a partir do arquivo XML dos dados do cenário. Já os resultados encontrados devem ser carregados manualmente pelos desenvolvedores. Também é possível a construção de uma camada sobre o núcleo genérico que implemente alguma lógica de carga automática destes valores.

Após a execução dos cenários o framework tem uma lista de resultados esperados e outra lista de resultados encontrados. Com isso a classe GerenciadorResultadosBase pode fazer uso de um objeto da classe ComparadorResultadosBase base comparar os resultados. O cenário somente passará no teste se ambas as listas contiverem os mesmos objetos, independentemente da ordem em que estiverem na lista.

Importante observar que as três classes que fazem parte desta lógica são abstratas, apesar de implementarem o comportamento descrito nesta seção. O núcleo genérico do framework não oferece para esta funcionalidade classes concretas que implementem este comportamento, sendo responsabilidade do desenvolvedor prover estas classes. A camada acima do núcleo genérico, o núcleo Selenium, provê uma classe concreta para gerenciamento dos resultados da execução de cenários de casos de teste funcionais com Selenium.

Interface ICenario

A interface ICenario descreve o comportamento esperado de classes que executam cenários de teste. Para utilizar o framework o desenvolvedor deve fornecer ao framework classes concretas que implementem este comportamento. A figura seguinte apresenta o comportamento esperado pelo framework das classes de execução fornecidas pelos desenvolvedores.

Interfaces.png

O núcleo genérico do framework não fornece qualquer classe que implemente a interface ICenario. Recomenda-se, desta forma, tal qual apresentado no núcleo Selenium, que seja criada uma camada sobre o núcleo genérico que forneça uma classe (possivelmente abstrata) que implemente o comportamento padrão exigido pela interface, preferencialmente fazendo uso do padrão Template Method para estruturação de um algoritmo genérico.

ESTRUTURA DO NÚCLEO SELENIUM

O núcleo Selenium é uma camada desenvolvida sobre o núcleo genérico. Pode ser considerado outro framework construído sobre o framework genérico. Ele é composto basicamente por classes responsáveis por executar cenários de testes funcionais em páginas HTML. É importante observar que este núcleo Selenium é independente do sistema que é testado. A arquitetura foi concebida para que qualquer sistema acessível pelo navegador e baseado em páginas HTML possa ser testado com base neste núcleo. As classes pertencentes ao núcleo Selenium são apresentadas nas seções seguintes. O diagrama de classes completo deste núcleo está disponível no ambiente de desenvolvimento do projeto, em um arquivo do Astah.

Classe BaseExecucaoSelenium

Trata-se de uma classe abstrata que estende funcionalidades da classe FluentPage, do framework FluentLenium. Ela fornece basicamente métodos simplificados para encontrar elementos em páginas HTML.

Esta classe mantém referência para um objeto da classe ControleExecucaoBase, que é a classe responsável por encapsular o objeto que mantém os dados para execução dos cenários. Além disso ela faz a inicialização do driver do navegador que é usado na automação dos testes. Também é responsabilidade desta classe agregar um objeto para execução de cenários decorados.

Classe ControleTesteSelenium

A classe ControleTesteSelenium estende a superclasse ControleTesteBase. No núcleo Selenium a classe ControleTesteSelenium não implementa qualquer lógica além daquela definida na superclasse, para que não seja necessário definir a classe concreta em cada um dos cenários que são implementados sobre o núcleo Selenium.

Cenários decorados

Um princípio de construção do framework é o reaproveitamento de código de dados e de lógica de execução. O próprio conceito de framework está fortemente relacionado com reuso de código. Neste contexto os cenários decorados buscam aplicar o reaproveitamento para dados e lógica de execução.

Imaginemos um teste automatizado de uma página de CRUD (Create, Read, Update e Delete). As funções de criar e atualizar um registro de dados podem ser bastante semelhantes dependendo da forma de construção das páginas. Por exemplo, uma função de cadastro de usuário pode ter os seguintes passos:

  1. acessar o menu de cadastro de usuário.
  2. pressionar o botão NOVO para iniciar a criação de um registro.
  3. preencher os campos do formulário com as informações.
  4. pressionar o botão SALVAR.
  5. verificar a mensagem "registro criado com sucesso".

Já a função de atualizar um cadastro de usuário pode ter a seguinte lógica:

  1. acessar o menu de alteração de usuário.
  2. clicar sobre um usuário para atualizar o registro.
  3. preencher os campos do formulário com as informações.
  4. pressionar o botão SALVAR.
  5. verificar a mensagem "registro alterado com sucesso".

É importante observar que as tarefas de cadastrar um usuário e de atualizar um registro de usuário têm os passos 3 e 4 idênticos. A lógica é exatamente a mesma, apesar de os dados serem diferentes. É esta lógica que o recurso de cenários decorados busca reaproveitar. E, eventualmente, se for conveniente, pode-se aproveitar inclusive os dados de execução do cenário.

Este reaproveitamento de comportamento dos cenários é realizado pela aplicação do padrão Decorator. Este padrão faz uso da técnica de composição de objetos para reuso de código. Desta forma, o código comum é encapsulado num objeto que, posteriormente será decorado por outro objeto com comportamentos adicionais. Em resumo, se um objeto (aqui chamado decorado) faz a atividade ABC, outro objeto (chamado decorador) também fará as mesmas atividades, acrescidas das atividades XYZ.

Por padrão todo objeto de execução de cenários criado no núcleo Selenium possui um objeto que pode ser decorado. A decisão de usar ou não este objeto é transferida para o desenvolvedor do cenário de testes, por meio da configuração do cenário no arquivo XML de dados. Por padrão o cenário decorado será executado sempre antes do cenário principal.

O exemplo do CRUD acima, bastaria implementar os passos 3 e 4 na classe decorada - metodo executarTeste()) - deixando sem implementação este método na classe docoradora. A forma de utilização de decoração de cenários é apresentada com mais detalhes na seção que documenta a estrutura do arquivo XML de dados de cenários.

Também podem ser aplicados cenários decorados, no caso do PJe, naquelas páginas em que há diferença na execução do cenário em instalações de primeiro e de segundo grau. Na pesquisa de processo, por exemplo, em instalações de segundo grau o sistema permite a informação do órgão julugador colegiado, o que não ocorre em instalações de primeiro grau. Nesta situação, o cenário decorado implementaria a lógica da pesquisa de primeiro grau, e o cenário decorador executaria o cenário decorado, acrescido da lógica para preenchimento do campo de órgão julgador colegiado.

Classe CenarioSelenium

Esta classe estende a classe BaseExecucaoSelenium e implementa a interface ICenario, e é responsável pelo fluxo de execução do teste automatizado funcional em páginas HTML. O trecho de código seguinte apresenta o algoritmo de execução do teste implementado pela classe. Trata-se de uma implementação do padrão Template Method, que define um esqueleto de algoritmo que pode ser complementado pelas subclasses.

ExecutarSelenium.png

A seguir são apresentadas descrições dos métodos hook invocados no método executar():

  • preTeste(): método concreto que executa ações que devem ser realizadas antes de se iniciar a execução do teste. São ações como abertura do navegador, maximização da janela, acesso ao perfil específico e acesso ao menu específico para execução do cenário.
  • preExecucaoTeste(): método abstrato abre oportunidade para as subclasses implementarem ações a serem executadas antes de os testes serem executados.
  • executarCenarioDecorator(): método abstrato que abre oportunidade para as subclasses implementarem comportamento específico para os cenários decorados.
  • executarTeste(): método abstrato que permite às subclasses implementarem a lógica de execução do cenário de teste. É o método mais importante desta camada do framework e obrigatoriamente deve ser implementado. É este método que contém os comandos do Selenium ou do FluentLenium para preencher os formulários HTML das páginas e executar as ações dos cenários de teste.
  • posExecucaoTeste(): método abstrato abre oportunidade para as subclasses implementarem ações a serem executadas após de os testes serem executados.
  • conferirResultados(): método abstrato que permite às subclasses implementarem alguma lógica de conferência dos resultados esperados com os resultados encontrados.
  • exibirMensagemPosExecucao(): método abstrato que permite às subclasses implementarem alguma lógica de exibição de mensagens de acordo com o resultado da execução do cenário de teste.
  • posTeste(): método concreto que executa ações que devem ser realizadas após a execução do teste propriamente dita. São ações como raelizaao de logoff na aplicação e fechamento do navegador.

Classe CenarioFragmentoSelenium

A execução de um cenário pode envolver uma série de passos e o preenchimento de uma série de páginas. Por exemplo, fazer uma compra na internet pode envolver alguns passos como escolher o produto, informar o endereço de entrega, escolher a forma de pagamento e realizar o pagamento. No caso do PJe, um exemplo é o cadastro de processo, que envolve o preenchimento de várias abas no sistema. Em situações em que é necessário o preenchimento de várias páginas o recurso de fragmento de cenário pode ser interessante.

Assim como a classe CenarioSelenium, apresentada na seção anterior, a classe abstrata CenarioFragmentoSelenium é uma subclasse de BaseExecucaoSelenium. A diferença é que fragmentos de cenário compões cenários mais complexos. Ou seja, é possível criar fragmentos de cenário dentro de um cenário mais complexo, como é o caso do cadastro de processo.

De outro ponto de vista, fragmentos de cenário são cenários simplificados, que não têm métodos pré teste ou pós teste: possui simplesmente o método executar(), responsável pelo preenchimento da página HTML.

Fragmentos de cenário é também uma forma de reuso de código por composição. Para exemplificar este reuso pode-se tomar como base o cadastro de um processo. Na página de cadastro é preenchido um formulário que possui diversas abas. Cada uma destas abas pode ser (e recomenda-se que seja) programada como um fragmento de cenário. A primeira vantagem é dividir um algoritmo grande em partes menores e melhor gerenciáveis, além de prover reuso de código.

A aba em que é preenchido e assinado o documento da petição é um exemplo de fragmento que pode ser reutilizado em diferentes situações. Além do cadastro do processo ele pode ser utilizado no envio de petições. Tem-se aqui a vantagem de reaproveitamento do código.

Com esta abordagem, para a criação de fragmentos de cenário basta que a classe de execução estenda a classe CenarioFragmentoSelenium, com o cuidado de que os métodos de pré e pós teste devem ser implementados na classe de cenário (filhas de CenarioSelenium), cujos objetos agregarão objetos da classe CenarioFragmentoSelenium.

Classe GerenciadorResultadoSelenium

GerenciadorResultadoSelenium é uma subclasse de GerenciadorResultadoBase responsável por manipular os resultados esperados e resultados encontrados de cenários executados sobre o Selenium. Classes gerenciadoras de resultados devem sobrescrever os métodos carregarResultadosEsperados() e carregarResultadosEncontrados().

Resultados esperados

O método carregarResultadosEsperados() é executado antes da execução dos cenários, e é responsável por fazer a leitura do arquivo XML de dados em busca de uma tag com o nome resultadosEsperados. Dentro desta tag são declaradas outras tags cujos nomes representam subclasses de ResultadoBase. A figura abaixo mostra um exemplo de declaração de resultado esperado.

ResutadoEsperado.png

Dentro da tag resultadosEsperados há a declaração de uma tag ProcessoConsulta. Neste exemplo há apenas uma tag declarada dentro de resultadosEsperados, contudo, poderia haver tantas quantas fossem os resultados esperados da execução do cenário.

De acordo com a declaração acima, o framework espera que esteja implementada uma classe chamada ProcessoConsulta, subclasse de ResultadoBase. Ainda, a classe ProcessoConsulta deve possuir todos os atributos definidos dentro da tag, exatamente com os nomes apresentados na imagem. Além disso, devem haver os métodos de acesso get e set para dada um dos atributos. Esta regra é inviolável, portanto, se não for observada o gerenciamento de resultados funcionará de maneira inesperada.

A declaração ilustrada na imagem fará com que o framework instancie um objeto da classe ProcessoConsulta e invoque os métodos get e set de cada atributo, preenchendo-os com os valores declarados no arquivo XML.

É comum que dentro da tag resultadosEsperados haja uma ou mais declarações da mesma classe (neste exemplo a classe é ProcessoConsulta). Entretanto, nada impede de haver declarações de mais de uma classe na tag resultadosEsperados. O framework irá criar uma lista de objetos esperados para cada uma das classes declaradas em resultadosEsperados.

Resultados encontrados

O método carregarResultadosEncontrados() é responsável por verificar, após a execução dos cenários, os resultados produzidos pela execução. Os resultados encontrados podem ser apresentados de diversas formas, como tabelas, listas ou texto puro. Por conta desta diversidade, cada sistema que for utilizar o núcle Selenium deve implementar sua lógica de carga de resultados encontrados. É possível, inclusive, que diferentes consultas gerem resultados de diferentes formas, o que obrigará a implementação de diferentes classes concretas para gerenciar os resultados encontrados.

Neste contexto, carregar os resultados encontrados envolve percorrer a lista de elementos HTML com valores retornardos de uma consulta, por exemplo, criar objetos da respectiva classe (ProcessoConsulta no exemplo acima) e adicioná-los na lista gerenciada pelo objeto GerenciadorResultadoSelenium através da chamada do método addResultadoEncontrado() da superclasse GerenciadorResultadoBase.

Este trabalho pode ser bastante repetitivo e desgastante, especialmente nos casos de sistemas em que o resultado das consultas são padronizados em elementos comuns como tabelas, por exemplo. Para reduzir a sobrecarga com programação quase sempre repetitiva o núcleo Selenium disponibiliza uma implementação padrão para o método carregarResultadosEncontrados() que procura carregar automaticamente os resultados encontrados quando estes são apresentados em uma tabela. Esta implementação é apresentada na seção seguinte.

Template de resultados

Resultados apresentados pela execução de cenários de consulta em geral são apresentados em uma tabela, com linhas (element HTML tr) representando os registros retornados e as colunas (element HTML td) representado os atributos dos registros. Se a tabela sempre fosse montada desta forma seria possível sem maiores problemas criar um algoritmo para fazer a carga destes resultados. Ocorre que, por exemplo, no PJe, o valor dos atributos não estão diretamente dentro de um elemento td. Muitas vezes estão dentro um elemento span, que por sua vez pode estar dentro de um div, e este sim está dentro do td.

Esta ausência de padronização faz com que seja necessária a definição de um template para cara tipo de resultado encontrado. Este template descreve como os resultados encontrados são apresentados na tabela, além de definir também a forma de encontrar a tabela por meio do xpath Selenium. Esta lógica é implementada pelo conjunto de classes ilustrados na imagem abaixo.

Template.png

Para compreender o trabalho realizado pelas classes acima é necessário conhecer a forma de definição do template. O trecho de código abaixo apresenta um exemplo de template definido para os resultados esperados da pesquisa processual.

Templates.png

Importante observar que a tag resultadosEsperados apresentada na imagem acima é a mesma apresentada anteriormente. A diferença é que nesta última imagem está definido o template para o framework encontrar os valores na página que apresenta os resultados encontrados. O template possui basicamente três tipos de informação importantes para encontrar os resultados:

  • o atributo xPathRoot na definição no elemento ProcessoConsulta: este atributo é autodescritivo. Ele instrui o framework a encontrar a tabela em que os resultados encontrados são apresentados.
  • o atributo deslocamentoColuna dentro de cada tag filha de ProcessoConsulta: este atributo diz ao framework como encontrar o respectivo atributo dentro de um elemento td. Por exemplo, o valor /span do atributo deslocamentoColuna da tag numeroProcesso indica que, na consulta de processo, o número do processo estará dentro de um elemento span. Quando o valor do atributo deslocamentoColuna for vazio significa que o atributo encontrado está diretamente dentro de um elemento td.
  • o atributo seq dentro de cada tag filha de ProcessoConsulta: este valor indica em qual coluna o atributo encontrado está. Por exemplo, o valor 2 do atributo seq da tag numeroProcesso indica que, na consulta de processo, o número do processo estará dentro do segundo elemento td da tabela que apresenta os processos listados.

Vale ressaltar que, no exemplo acima, caso haja mais de uma declaração de ProcessoConsulta, somente em uma delas é necessário definir o template, pois esta definição serve para todos os resultados encontrados. Entretanto, caso haja definição de diferentes classes em resultadosEsperados, para cada uma delas é necessário definir o template uma vez, para instruir o framework a encontrar cada um dos diferentes tipos de resultados.

REFERÊNCIAS

Modelador UML utilizado no projeto: http://astah.net/editions/community

Frameworks: http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.29.6157&rep=rep1&type=pdf

Selenium Webdriver: http://www.seleniumhq.org/projects/webdriver

Fluentlenium: https://github.com/FluentLenium/FluentLenium

Design Pattern Page Object: https://code.google.com/p/selenium/wiki/PageObjects

Design Pattern Decorator: http://www.dofactory.com/net/decorator-design-pattern

Design Pattern Template Method: http://www.dofactory.com/net/template-method-design-pattern

Design Patterm Singleton: http://www.dofactory.com/net/singleton-design-pattern

Composição versus herança para reuso de código: http://www.javaworld.com/article/2076814/core-java/inheritance-versus-composition--which-one-should-you-choose-.html

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